Que amor é esse? (Cap. I) Continuação

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012



Eram cinco da tarde, quando Alex chegou em casa com Ana, estava esperando os dois. Eles riam, de quê eu não sei, pareciam felizes. Ele, como sempre, me olhava com olhar misterioso, que até hoje, nunca consegui decifrar ou entender. Ana sentou-se ao meu lado e Alex subiu as escadas para o quarto. Provavelmente, iriam sair.

Devido aos acontecimentos, eu e Ana nos afastamos um pouco, na verdade, estávamos meio sem assunto, até que ela me perguntou:

-Você quer ir com a gente na casa de uns amigos?

Nesse momento, senti uma onda de ódio dentro de mim. Minha melhor amiga que passou a ser a noiva do meu irmão, irmão esse que eu queria para mim.

-Não. - Respondo friamente.

Saíram felizes, e eu, como sempre, fiquei sozinha com meus pensamentos.

Ana, dias atrás, era minha melhor amiga, hoje é noiva do meu irmão e por mais que seja duro dizer eu a odeio.

Não sabia mais o que estava sentindo, só sei que meu amor a cada dia crescia mais forte e o meu silêncio também. Toda vez que ele me abraçava, eu fechava os olhos e pensava que por uns instantes ele não era meu irmão. Queria ter Alex, mas não sabia como. Às vezes, cheguei a culpar-me e sentir raiva de mim mesma por sentir esse amor proibido.

Quando vi, estava completamente sem rumo. Ele era meu irmão, mas o que eu podia fazer se o meu coração queria muito mais que um laço fraternal?! Chorei todos os dias da minha vida, desde que descobri esse sentimento por ele. Tentava lavar o amor com as lágrimas, porém sabia que era inútil.

Pensava porquê isso estava acontecendo comigo, mas não encontrava a resposta. Meus pais nem percebiam minha existência, sempre ocupados com trabalho. Precisava dividir isso com alguém. Ana não podia ser, como que eu iria chegar e dizer para ela: "Olha, eu preciso te contar uma coisa, estou amando meu irmão que é seu noivo." Não dá!

Passaram-se alguns meses e chegou o dia do meu aniversário de quinze anos. Data essa que era para ser um dos dias mais felizes da minha vida, mas não tinha motivo para estar feliz.

Estávamos na sala em família, quando papai chegou com a mamãe com um jeito esquisito. Não sabia o porquê. Até que ele pegou nas minha mãos e pediu-me perdão. Continuei sem entender nada.Foi aí que descobri que eu era adotada. Não sabia se ficava triste ou alegra, porque sendo adotada, não seria irmã de Alex. Por outro lado, eles tinham me enganado.

Tudo mudou. A relação com os meus pais ficaram cada dia pior. Com Alex ficou tudo na mesma. Meses depois disso, Ana e Alex terminaram o noivado, por qual motivo não sei. Mas foi a melhor notícia que eu poderia ter. Convivi muito tempo com meu sofrimento, sem saber o que fazer. Só sei que perdia cada dia a vontade de viver.


(Dalila Lima)

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